Atenção: Esse texto abordará assuntos sensíveis.
Hoje a Pontual vai abordar um tema diferente e delicado, porém, muito necessário.
Desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, mês de prevenção as mortes por suicídios.
Esse assunto delicado ainda é visto e tratado como tabu por muitas pessoas, o que pode acabar gerando uma maior dificuldade na identificação dos sinais.
Essa estigmatização, acaba inibindo quem precisa, de procurar ajuda ou se abrir com outras pessoas.
Por um lado, é necessário debater o assunto para ajudar a prevenir, por outro lado, é preciso ter cuidado para não normalizar ou banalizar algo tão sério.
Por isso separamos aqui alguns pontos importantes a serem levantados:
Infelizmente, reconhecer os sinais nem sempre é fácil. Até os olhares mais atentos podem não perceber. Principalmente se levarmos em conta que existem muitos fatores que podem influenciar uma pessoa: Fatores socioculturais, ambientais, genéticos, existenciais, transtornos mentais.
Doenças mentais
Um estudo feito com mais de 31 artigos científicos publicados entre 1959 e 2001, englobando 15.629 casos de suicídios, demostrou que pelo menos 90% dos casos caberia o diagnóstico de transtorno mental.
Os transtornos mentais mais associados aos casos de suicídios são: depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. Dependência de álcool e drogas também são considerados grandes fatores de risco, principalmente se associados.
Por exemplo: Depressão e consumo de drogas ou alcoolismo.
Infelizmente, os sinais de transtornos psiquiátricos nem sempre são identificados. Algumas pessoas podem apresentar sinais muito sutis de comportamento, outras, sinais mais explícitos. Veja alguns exemplos:
Observar esses sinais é muito importante para intervir e garantir que a pessoa possa receber um tratamento profissional adequado e seguro.
Outros fatores
É importante dizer também que nem toda pessoa com algum transtorno mental vá se suicidar, ou que todos os casos de suicídios estão atribuídos a doenças mentais.
Mesmo que as estatísticas mostrem que uma grande parcela de casos esteja ligada a esse fator, existem outros que são recorrentes:
Muitas pessoas com transtornos psiquiátricos ou algum outro fator de risco, tem rotinas normais. Elas saem com os amigos, trabalham, vão no churrasco da família. E por isso que é importante exercitar o nosso olhar para o próximo.
Situações externas como as citadas acima, podem dar um alerta de que é necessário estar atento a qualquer outra mudança de comportamento.
Ideação suicidas
A ideação suicida é a prática de alimentar pensamento negativos e destrutivos, planos e idealizações de morte.
É importante ter atenção a expressões como:
“Vocês ficariam melhor sem mim”
“Era melhor não ter nascido”
“Logo tudo isso vai acabar”
“Preferiria estar morto”
São sinais perigosos que precisam de atenção profissional.
Tentativas
Qualquer ameaça ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério, mesmo que o ato não tenha resultado em morte, não significa que a intenção tenha sido menos letal de quem consumou o ato, ajuda e apoio devem ser providenciados a essas pessoas, visto que o risco de reincidência é alto.
Oferecer ajuda
Muitas pessoas que estão passando por esse problema, sabem que seria necessário ter ajuda, e até já cogitaram a possibilidade, mas acabam inibidos por diversos fatores.
Por isso, quando disser a uma pessoa para buscar ajuda, mostre a ela as opções e onde ela poderá obter essa ajuda, caso contrário, você só aumentará a sensação de angustia e desamparo dessa pessoa.
Durante o mês de setembro, é muito comum vermos posts em redes sociais de pessoas se disponibilizando para conversas e desabafos, mas atenção, esse tipo de atitude, por mais nobre que pareça, pode ser perigosa também.
Não ofereça ajuda se não sabe o que pode vir, e se não tem certeza de que pode lidar com isso. Uma intervenção equivocada pode piorar a situação de quem busca ajuda.
Mas então o que devemos fazer?
Reforço o item citado acima, indique onde a pessoa poderá obter ajuda. Se ofereça para procurar um profissional ou centro de apoio.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é responsável por promover apoio emocional e prevenção do suicídio.
O atendimento é gratuito e funciona 24h todos os dias sob sigilo total, através do telefone (188) ou do e-mail e chat.